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E mais uma longa jornada se inicia...

Atualizado: 15 de jun. de 2023

Nos dias 06 e 07 de junho pp., em companhia de Vandir dos Santos, sua esposa Vanilda e o abençoado José, que são lideranças do quilombo de Porto Velho/SP, fui visitar e assessorar o quilombo de Três Barras, no Município Dr. Ulisses/Paraná.

Vencemos a distância e a poeira, com muita conversa no carro. Relembramos lutas, vitórias, derrotas, desafios, formação, manifestação... Falamos de Bíblia, comunidade, fé, esperança, quilombo, processo judicial, território, capitalismo, comida, roça, rio, água... Vanilda é a Presidente da Associação do Quilombo de Porto Velho/SP.


Fomos em Três Barras, convidados pela liderança de lá, Sra. Maisa. Quem indicou a ela nosso nome foi o Mauro, agente do INCRA do Paraná. O local é bem rural e é uma pequena vila. Tem a Igreja da Congregação Cristã, onde todos participam. Muitos vivem fora do local, pois não conseguem sobreviver nas condições em que se encontram – são cercados pelo pinus e constantemente ameaçados pelas madeireiras. Fomos recebidos com um gostoso café, na casa que era do Sr. Agenor. Suas filhas vivem na cidade e ocupam a casa quando estão na comunidade, onde elas plantam arroz, feijão, milho, mandioca.... para melhorar a renda familiar.


A comunidade tinha muitas dúvidas em relação ao caminho a ser percorrido, até chegar a conquistar o território. Falamos da necessidade de se auto declarar quilombola, de organização, de recordar a história e o território ocupado pelos seus antepassados, a necessidade de resiliência, uma vez que os direitos são sempre negados e para conquistá-los precisamos “matar um leão por dia”. Principalmente o direito ao território, que sistematicamente é negado à população negra e indígena do Brasil


O grupo se mostrou com muita disposição. Acreditam na força da organização. Foram deixadas várias tarefas para que o grupo possa cumprir: estudar a minuta do Estatutos Sociais, escrever a história da formação do bairro, fotografar as coisas boas e as que prejudicam a vivência no Bairro e escolher o nome para a Associação.


No final da reunião foram feitas muitas perguntas. A participação foi muito boa, principalmente das mulheres. Foi marcado a próxima reunião para agosto. No final ninguém saía, parecia que não queríamos nos separar.


Fomos convidados a jantar e dormir na casa da Dona Rosa e do Sr. Lei (é isso mesmo – Lei), onde também estavam seus filhos e netos. A noite estava muito fria e o fogão de lenha nos aqueceu bastante, além da conversa sobre a vivência deles no bairro.


Retornamos contentes e cansados, mas com a certeza de que essa jornada está apenas começando. Deus nos conceda saúde para ajudar e assessorar mais esse grupo de pessoas que sonham com o território livre e verde de plantação.

Ir. Maria Sueli Berlanga, sjbp


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