Formação Permanente da Arquidiocese de Porto Velho
- Suore Pastorelle
- 27 de out. de 2022
- 3 min de leitura
De 12 a 16 de setembro de 2022, a Arquidiocese de Porto Velho/RO realizou mais um encontro de formação permanente para agentes de pastorais, com a presença de religiosos, religiosas, leigos e leigas coordenadores de pastorais.

Neste encontro foi discutida a realidade da Igreja local diante da conjuntura atual, os desafios para evangelização levando em consideração o meio ambiente, a família, os povos tradicionais e indígenas, quilombolas, ribeirinhos, e os encaminhamentos pastorais e administrativos da Arquidiocese rumo ao seu primeiro centenário.
No primeiro dia foi o momento para conhecer um pouco da realidade da Amazônia e os grandes problemas que a Igreja enfrenta nesta realidade. Os professores doutores da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Ricardo Gilson da Costa, do Departamento de Geografia e Afonso Maria das Chagas, do Departamento de Ciências Sociais, foram os responsáveis de trazer essa Análise da Conjuntura e Conflitos na Amazônia.
Para o professor Ricardo da Costa, a Igreja católica tem um papel fundamental nessa conscientização sobre a importância da preservação, pela sua missão em favor dos pobres e em defesa da Amazônia, especialmente, depois do Sínodo: “A Igreja tem um papel social importante, porque ela é reconhecida na sociedade. Tem uma responsabilidade com os mais pobres, e uma responsabilidade para com a Amazônia, como foi discutido no Sínodo; que é cuidar da nossa Casa Comum. Esse é um papel importante e a Igreja tem que cada vez mais assumir”.
Para o professor Afonso das Chagas, apesar da sua presença atuante, do seu testemunho, a Igreja precisa resgatar o seu protagonismo nas diversas realidades amazônicas, principalmente na defesa do meio ambiente e dos povos originários: “A Igreja Católica na Amazônia tem uma história bonita. Ela, por muito tempo vem sendo serviço, presença, profecia, testemunho. E toda essa ação significa uma volta às origens, resgatando um pouco esse protagonismo, adaptando a sua linguagem ao tempo de hoje”.
Esse olhar sobre a Amazônia, seus povos e suas riquezas naturais, interpela-nos sobre o papel da sociedade na preservação da vida, em todas as suas dimensões. Não somos contra o progresso, como diz Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, mas temos que fazê-lo com responsabilidade. “Não temos nenhuma oposição ao progresso, ao desenvolvimento. O que nós não podemos, é entender como desenvolvimento aquilo que destrói a natureza, retira direitos dos povos já consagrados pela constituição. Mas tudo isso nós temos que olhar com os olhos da fé. Qual é a nossa missão nessa hora da Amazônia? É, sobretudo, termos a coragem de pequenas iniciativas para verdadeiramente cuidar do jardim de Deus: recolhimento e separação do lixo reciclável, o cuidado com as nascentes, preservar a mata ciliar dos rios e igarapés, evitar os venenos que muitas vezes utilizamos em alta escala; mas também, temos que ter cuidados com as nossas casas, com os pátios das comunidades, etc.”, enfatiza o Arcebispo.
No segundo dia de encontro foi o momento para percorrer e conhecer um pouco mais os Caminhos da Igreja na Amazônia; tema assessorado pela professora/doutora Márcia Maria de Oliveira, da Universidade Federal de Roraima. A formação foi sob a luz do Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia, elaborado por ocasião do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia realizado no mês de junho, na cidade de Santarém no Pará, fazendo memória do primeiro encontro de Santarém que aconteceu em 1972, que tratava da “Vida e da Evangelização na Região Amazônica”. O encontro de Santarém em 1972 foi muito importante para estabelecer as linhas prioritárias que se seguiram nos anos posteriores, até o momento atual. “Não tinha como percorrer os caminhos da Amazônia se não fosse sob a luz do Documento de Santarém, pois o mesmo tem como objetivo orientar a Igreja da Amazônia na perspectiva do Concílio Vaticano II”.
O terceiro dia de encontro continuou com o estudo do Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia, sob a coordenação da professora/doutora Márcia Maria de Oliveira. O momento foi de aprofundamento, um olhar mais detalhado sobre a missão feito em grupos e depois partilhado em plenária.
“Essa formação foi de suma importância para aprofundar o conhecimento da realidade. O documento de Santarém nos traz esse olhar 50 anos depois, onde retoma toda a caminhada da Igreja, com muitos avanços em vários setores. Em 1972, o encontro serviu para atualizar os desafios do Concílio Vaticano II. Hoje, está nos servindo para nos orientar para o Sínodo, em especial para a Amazônia, e atualizar aquilo que os grandes desafios de hoje nos apresentam”. Assim o encontro encerrou-se com a Santa Missa, presidida por Dom Roque Paloschi.
Ir. Rosilda de Lima, sjbp
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